Existe muita expectativa
sobre Um lugar Silencioso. Duas
coisas em destaque : Emilly Blunt e um roteiro bem diferente do que temos visto
por aí.
E houve críticas
maravilhosas, divulgação intensa... Em uma das exibições, aconteceu inclusive uma
reprodução do famigerado milharal. E no
final, valeu a experiência... Valeu mesmo, mas não teve nada de mais . Okay, eu
falei sobre como a ideia é muito inovadora, mas no mais a ação demora muito.
Não sei se por conta de nos ambientar com os personagens, já que não sabemos
seus nomes ou suas origens, muito menos sabemos quando as criaturas chegaram.
Elas estão lá devorando o mundo, deixando as pessoas completamente presas em
campo aberto, com restrições de todo tipo, como é de praxe no apocalipse. Mas as características básicas estão ali: a
mãe, o pai, filhos. A família em que nos colocamos no lugar e pensamos : “o que faríamos nessa situação?”.
Serve pra rolar aquela empatia, mas você não se aprofunda muito. Tudo é muito
demorado, mas sem ir longe no que é necessário.
Acompanhamos, então, o
necessário na história, que é: a terra foi invadida por seres guiados pelo som.
Vemos a força dessas criaturas na cena inicia, que nos ambienta na história e faz com que vivamos toda essa
dor, toda essa limitação de comunicação que aflige os que
ainda restam.
Dessa cena pra lá, a história se torna arrastada, em um tom tedioso
que tenta nos inserir no dia a dia daquela família, mas fica muito lento e não mantém
o interesse inicial. A fazenda é uma ótima locação, que tem uma fotografia
intensa que transporta o telespectador.
Emilly Blunt está
ótima, na medida como mãe dedicada que trabalha nessa nova realidade para criar
os filhos com muito amor e carinho, mas ainda sim dando doses cavalares de
realidade porque sabe que tudo, além de
limitado ,é perigoso e frágil.
John Krasinski é o pai herói que também coopera com o
crescimento dos filhos nesse apocalipse e vive envolto em pesquisas e
percepções sobre essa essas criaturas e o que elas causam. O visual dele é
realmente de um homem preso em uma situação adversa e seus olhos são de alguém
que irá até as últimas consequências
pela descoberta de um modo de sobreviver.
Crianças em filmes geralmente despertam em nós algo como esperança, força e, ao mesmo tempo, fofura. Aqui elas são duras, tanto no medo
quanto na coragem e estão ali não para inspirarem amor ou coisas bonitinhas,
elas ali existem mais como uma peça na
história, tanto quanto os adultos. Não dá tempo de fazer coisas de criança. O
lugar, além de silencioso, é perigoso e
não dá brecha pra ser realmente criança.
As criaturas foram super bem feitas, a execução dos ataques
é realmente assustadora e os close-ups nelas
dão uma ideia do terror que seria coexistir com esse tipo de coisa no mundo.
O filme demora muito pra acontecer e, quando acontece, dá
uns jumpers scaries. Os momentos de tensão surgem, mas não servem pra fazer o
filme funcionar em seus 90 minutos. O que se vê é um daqueles filmes com a
mesma dinâmica de outros com o tema
tragédia em família. Tinha tudo pra dar certo, essa produção que veio inovar o
terror apocalíptico. Mas o que se vê é que não se soube trabalhar outros
pontos. Ser dinâmico com tantas ideias ótimas.
Ao final, vemos um
quadro de ressurreição, uma nova chance que, aliás, deixa o questionamento: será que rola uma
continuação?
Mas o que temos aqui é um filme com uma ideia ótima que se
coloca sem a sua principal função: a fala/ som. Que faria com que se
trabalhasse outros fatores, sendo que esse já está bem amplo na tela, fazendo o
filme acontecer pra nós.
Artigo postado por (Ximelly Christie)
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