Eu lembro de cair de amores pela
heroína na estreia de sua série no dia 20 de novembro de 2015, na Netflix. Foi
tudo incrível, Krysten Ritter (Jones) no papel da bêbada/ traumatizada/ mau
humorada/ poderosa, David Tennant como um Kilgrave que realmente te faz sentir ódio
e mostra que o estupro não precisa ser físico para ser crime. Até Luke Cage
(Mike Colter) dá as caras para poder já iniciar sua própria série.
A produção da primeira temporada
investe no drama de uma pessoa que teve a mente invadida, foi violentada de várias maneiras e tem um
trauma tão grande que acha que não deve ficar próxima. Ela
pensa que podem lhe causar algum mal, sendo
assim a única pessoa em que ela deixa se aproximar, mas também pelo fato de
querer proteger, inclusive da própria mãe,
a ex estrela infantojuvenil Trish “Patsy” Walker (Rachael Taylor).
A história se desenvolve bem com
Jéssica atormentada pelo acidente dos pais, tentando se livrar de um explorador
de seus poderes e mente e sem conta que não há o mínimo de controle sobre seus
super poderes. O tom da primeira temporada é ditado pelas tentativas de Jessica
ser o mais normal possível, mas sempre indo de encontro ao obscuro mundo de
memórias que ela não quer se lembrar. O interessante é que ela entra em um
espiral de luta pela própria sanidade, a qual a coloca
como forte, não pelos seus poderes, mas sim por
ser uma pessoa que sofreu diversas formas de violência e se coloca como culpada
apesar de tudo.
O drama torna a trama instigante e
nos apresenta uma (bad ass) cheia de
problemas, com um universo que pode ser
explorado.
A segunda temporada que estreou
no dia 08 de março deste ano trouxe a expectativa de diversas histórias que
poderiam se desenvolver dentro da série...
Mas o que se viu foi um dramalhão
sem limites, com uma protagonista a lá Paulina
Bracho (a gêmea boazinha da novela Usurpadora reprisada a exaustão pelo do SBT), com olhos marejados e beicinho o tempo.
E nisso vários meta humanos
aparecendo por Hells Kitchen, sendo perseguidos e procurando por Jessica que é
famosa na cidade pelos seus feitos na temporada anterior. Os personagens vêm em
uma crescente com atuações regulares até que...
Tudo vira uma novela das seis
quando aparece a mãe de Jessica Jones revelando que também passou pelas experiências
de transformação em super herói do Doutor Karl Malus (Callum Keith Rennie) no
laboratório secreto de pesquisa IGH. Aliás a coisa ia bem até quando todos os
caminhos prometiam grandes revelações sobre Jessica. Mas o negócio desandou e o
que se viu foi uma mãe mais louca que uma mãe comum, que é capaz de qualquer coisa se
contrariada, totalmente fora de controle e uma filha dividida entre a vontade
de sempre ter tido uma mãe, essa mãe ter aparecido agora e ter os poderes que
ela meio que abomina e essa mãe ser mais uma coisa que ela tenha que se
preocupar.
E é aí que Jessica vira uma chata de galocha, envolvendo todo mundo na
frenética saga de protegê-la, já que ela fica putaça por qualquer motivo e sai
matando geral.
E dá-lhe flashbacks pra poder dar
um gás na história da Jessica e poder colocar explicação em alguns componentes
de sua vida. A melhor amiga que nos flashbacks é uma drogada doente, nos tempos
atuais se torna uma obcecada pela história da assassina mais forte, a própria
Jessica, e o que acontecia no IGH, para completar sua amiga encontra uma droga
que lhe dá poderes dando gancho assim para a sua transformação na heroína
Felina, talvez na próxima temporada.
Mas o elenco de apoio tem uma
história que ainda ligada à principal consegue ser mais interessante: a
advogada Jeri Hogarth (Carrie Anne Moss) passa por um drama pessoal e sua vida
ameaça desabar, então ela passa a ajudar
Jessica e também a cuidar da enfermeira do IGH Inez (Leah Gibson) e tudo que é
ruim, pode piorar. É uma das melhores cenas da
série e não envolve superpoderes, ou correria ou portas arrancadas. Muito bem
colocada no contexto, um drama realmente convincente e condizente com a
história. E o que ela faz depois? Ao invés de ficar se lamentando, usando de
toda sua inteligência dá a volta por cima com vingança.
E Jéssica ali reduzida a babá da
mãe de um lado para o outro, evitando as
catástrofes. A série torna-se um grande enrosco chato que não traz emoção, que
não tem evolução e você torce para que isso acabe de uma vez porque é um
potencial desperdiçado da personagem que fez sua primeira aparição em Alias #1
(novembro 2001) como uma super heroína aposentada que começou a trabalhar na
Alias Investigações, tornou se Membro dos Novos Vingadores e em vários momentos
de sua vida usou pseudônimos como Safira, Paladina e Poderosa. A personagem se
torna rasa e gira em círculos tentando ajudar a
mãe que quer salvar o médico que por quem se apaixonou. E numa fuga idiota,
para alguém que quer fazer isso desapercebido, o rastro de corpos e destruição
é difícil de ignorar.
Mas no meio disso tudo, a parte
em que “aparece” Killgrave é muito bom. Aí
temos a Jessica da primeira temporada de volta, aquela altivez, o mau humor e a
loucura de lidar com ele. Jessica fica às voltas com um algoz realmente forte e
maravilhoso e vale cada minuto na tela. Artifício inteligente para dar um UP na
história chorosa e empapuçada.
Saudades daquela Jéssica que
fazia bico mas tinha repostas irônicas e ácidas para todo mundo. Os diálogos se
perderam de tantas formas que tudo é piegas e muito, muito chato.
Bem, ainda bem que acabou porque
deu até uma “vergoinha” alheia dessa confusão matermal
, pois é uma heroína com grande potencial para uma série própria e spin off.
Postado por (Ximelly Christie)
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